Representando bravura, conflitos épicos, mundos místicos, símbolos de poder, mistério e fantasia, a mitologia dos dragões têm uma forte conexão com o universo do Heavy Metal, referindo temas que se alinham perfeitamente com o espírito grandioso e teatral, principalmente no Power Metal.
Vide só como algumas bandas incorporam esse tema em seus álbuns:
1. Ronnie James Dio - O lendário vocalista Dio é um dos nomes mais associados a temas de fantasia e dragões. Seu álbum "Holy Diver" (1983) revelou uma capa icônica de um dragão serpentino no fundo de uma batalha épica. Canções como "Don't Talk to Strangers" carregam metáforas que evocam lutas de coragem e misticismo. KIlling The Dragon também é outro álbum do Dio nessa pegada.
2. DragonForce - O nome da banda já deixa claro seu fascínio por dragões. DragonForce é conhecida por um estilo power metal veloz e letras fantasiosas. O álbum "Inhuman Rampage" (2006) é repleto de narrativas épicas que parecem retiradas de histórias medievais, como na famosa "Through the Fire and Flames".
3. Blind Guardian - Estes alemães são mestres em criar álbuns conceituais baseados em fantasia. Em "Imaginations from the Other Side" (1995), por exemplo, eles mergulham em temas inspirados por J.R.R. Tolkien e outras lendas, incluindo dragões como metáforas de forças indomáveis e mistério.
4. Rhapsody (of Fire) - Uma das bandas que mais explora o conceito de dragões e fantasia é o Rhapsody. Com o álbum "Symphony of Enchanted Lands" (1998), a banda destacou a saga do Guerreiro Esmeralda, onde dragões são aliados e inimigos em sua jornada para derrotar forças do mal.
5. Manowar - Conhecida por seu heavy metal épico, o Manowar também recorreu a temas mitológicos. O álbum "Gods of War" (2007), por exemplo, explorou mitologias nórdicas e mundos de fantasia que incluem dragões como símbolo de força e destruição.
6. O álbum Here Be Dragons (2025), do Avantasia, traz uma capa que destaca um dragão vermelho, simbolizando uma conexão com o imaginário épico e fantástico. Tobias Sammet, líder do projeto, descreveu a obra como um mergulho em um mundo de maravilhas e escapismo, alinhando-se com temas clássicos do Avantasia, como jornadas heroicas, batalhas entre forças do bem e do mal e metáforas emocionais sobre desafios pessoais e coletivos. O título Here Be Dragons é inspirado por mapas antigos que indicavam territórios inexplorados com a expressão "Aqui há dragões", sugerindo aventuras desconhecidas e perigos à frente. A arte do dragão vermelho reforça essa temática de desbravamento, poder e mistério. Além disso, o álbum promete integrar novas músicas épicas a clássicos da discografia da banda, mantendo o espírito narrativo e grandioso característico do Avantasia.
Outras bandas que também destacam dragões na capa, são: Asia, Astral Doors, Judas Priest, Deep Purple, Twilight Force, Children Of Bodom, Yngwie Malmsteen, Amon Amarth, Alestorm e por aí vai... Ou seja, os dragões não são apenas criaturas místicas; eles simbolizam desafios internos, inimigos poderosos e jornadas de autodescoberta, temas recorrentes no Heavy Metal. A combinação de riffs explosivos e letras poéticas cria a trilha sonora ideal para narrativas heroicas que exploram os dragões como metáforas de resistência, força e imaginação ilimitada.
O Heavy Metal e o desafio de se manter vivo nos palcos
Por Michel Sales
No Brasil e ao redor do mundo, não é raro que shows de bandas de Heavy Metal sejam cancelados em determinadas cidades devido a um público aquém do esperado, tornando a apresentação financeiramente inviável.
As razões para essas situações são variadas e frequentemente debatidas. Entre elas, destacam-se os altos preços dos ingressos, repertórios pouco inovadores, lançamentos que não engajam, preocupações com segurança, dificuldades logísticas, entre outros fatores.
É evidente que o Heavy Metal, apesar de sua criatividade e relevância histórica, enfrenta um declínio gradual nos palcos, assim como os CDs desapareceram das prateleiras.
Atualmente, em uma era dominada pelo streaming, muitas bandas dependem das apresentações ao vivo para gerar receita, mesmo que isso signifique tocar em bares ou espaços menores. Enquanto isso, o mercado de discos de Heavy Metal sobrevive por meio de lançamentos e relançamentos voltados para um público cada vez mais seleto de colecionadores.
Imaginar um retorno aos dias de glória seria como enfrentar uma tempestade a caminho de casa sem um guarda-chuva: um desejo nostálgico, mas pouco prático diante da realidade atual.
A genialidade irreverente de Dinho num álbum multifacetado
Por Michel Sales
O Rock 'n' Roll é um estilo musical repleto de criatividade, onde milhares de músicos talentosos canalizam energia, irreverência e, quando necessário, uma dose de sarcasmo.Vide como exemplo os Mamonas Assassinas, que em 1995 lançaram seu álbum de estreia, uma obra que transbordou genialidade, combinando uma produção impecável com letras cômicas e performances marcantes, o que logo cativou tanto crianças quanto adultos.
As vocalizações de Dinho, também cheias de personalidade, imitavam diversos artistas, como Max Cavalera (Sepultura), Falcão e outros, acrescentando um toque de humor e versatilidade ao trabalho da banda que se tornou imediatamente icônica.
De fato, Dinho se destacou por sua habilidade em incorporar elementos da cultura pop de forma irreverente. Em "Pelados em Santos", o cantor imita o estilo vocal exagerado de cantores românticos ao longo da música, brincando com a dramaticidade típica de gêneros populares, enquanto o refrão abraça um tom quase caricato.
Já em "Robocop Gay", a voz de Dinho é uma paródia direta do estereótipo de personagens LGBT representados de forma caricata em filmes e programas de TV nos anos 80 e 90, exagerando tons e falsetes. Em "Chopis Centis", Dinho assume um tom melancólico e arrastado que lembra Roberto Carlos e outros cantores românticos, acentuando o humor da letra com uma performance exagerada.
Em "Jumento Celestino", Dinho incorpora traços de cantores nordestinos, como Luiz Gonzaga, misturando sotaque com o tom humorístico, homenageando e brincando com o estilo ao mesmo tempo. Já em "Vira-Vira", Dinho imita o sotaque português de maneira propositalmente exagerada, parodiando músicas tradicionais lusitanas, principalmente na voz marcante de Roberto Leal.
Todavia, além de reunir uma diversidade de estilos que vão do pagode ao brega, passando pelo thrash e o prog, os Mamonas Assassinas surpreendem também na faixa "Boys Don't Cry". Nela, a banda combina, de forma inusitada, elementos musicais que remetem a Rush e Dream Theater simultaneamente. Já em "Débil Metal", o tom cômico da letra ganha força com a performance de Dinho, que encarna uma paródia cheia de energia ao estilo do Sepultura.
Essas imitações não só capturavam diferentes arquétipos da cultura pop, mas também ajudavam a consolidar o tom cômico e multifacetado que marcou o álbum da banda como um ícone dos anos 90.
No mais, "No mundo animal existe muita putaria...".
A vida é feita de desafios, escolhas e, sobretudo, coragem.
Em João: O menino que desafiou o destino, somos apresentados à inspiradora trajetória de um menino que, ainda na infância, enfrentou abandono, injustiças e a dureza de uma vida distante do carinho familiar.
João, no entanto, nunca permitiu que as adversidades apagassem sua esperança ou silenciassem seu sonho de encontrar o amor perdido.
Ao fugir de um ambiente hostil, ele deu início a uma jornada que não apenas ressignificou sua própria história, mas também tocou os corações daqueles que cruzaram seu caminho.
Em cada página, acompanhamos suas lutas, vitórias e o reencontro transformador com a família que ele tanto ansiava...
A sinfonia cósmica de Arjen Lucassen no Prog Metal
Por Michel Sales
O álbum de estreia do projeto Star One, 'Space Metal' (2002), é mais uma obra-prima do gênio holandês Arjen Anthony Lucassen, apresentando uma fusão de prog metal, space rock e metal sinfônico, com letras inspiradas em obras clássicas de ficção científica, de filmes ou séries como Star Wars, Duna, 2001: Uma Odisseia no Espaço e Blade Runner.
Conhecido por projetos como Ayreon, Lucassen continua explorando narrativas épicas e som atmosférico, mas com um foco mais pesado no metal, principalmente no projeto Star One. E nessa pedrada, o álbum contou com um elenco impressionante de vocalistas e músicos renomados, incluindo: Russell Allen (Symphony X), Damian Wilson (ex-Threshold), Floor Jansen (Nightwish, ex-After Forever), Dan Swanö (Edge of Sanity) e outros.
Instrumentalmente, Lucassen lidera com guitarras, teclados e baixo, acompanhado por Ed Warby (bateria), destacando faixas como "Set Your Controls": Inspirada na série Doctor Who; "Intergalactic Space Crusaders": Baseada em Blake's 7; "Songs of the Ocean": Uma homenagem a O Enigma de Andrômeda.
Space Metal também foi lançado em duas versões: uma edição padrão e uma especial com um segundo disco contendo faixas bônus e covers. Diante dos fãs e jornalistas profissionais, o álbum foi bem elogiado por sua musicalidade complexa e o conceito único, sendo um marco no trabalho de Lucassen, mostrando sua habilidade em criar histórias épicas e músicas envolventes.
Se você é fã de metal progressivo e histórias de ficção científica, este álbum é uma experiência obrigatória.
Nota 10
O GÊNIO
Arjen Anthony Lucassen é um dos músicos mais criativos e prolíficos do rock e metal progressivo contemporâneo. Nascido em 3 de abril de 1960, na Holanda, ele é conhecido por seus projetos conceituais ambiciosos, que combinam narrativa épica, instrumentação sofisticada e colaborações com artistas renomados do metal e do rock.
Lucassen mistura metal progressivo, space rock, sintetizadores vintage, e elementos de ópera rock. Suas obras frequentemente seguem histórias sci-fi ou fantasiosas, unindo letras profundas com arranjos orquestrais e riffs pesados.
Arjen tem diversos projetos, cada um com identidade própria:
1. Ayreon
Seu projeto mais conhecido, focado em álbuns conceituais que misturam ficção científica, fantasia e introspecção. É caracterizado por elencos de vocalistas convidados interpretando personagens em histórias interligadas.
The Final Experiment (1995) – Introduz a história de Ayreon, um bardo que recebe visões do futuro.
Into the Electric Castle (1998) – Uma jornada épica por um universo psicodélico.
01011001 (2008) – Explora a origem da humanidade e sua conexão com alienígenas.
The Source (2017) – Prequela da saga, detalhando a criação do universo de Ayreon.
Transitus (2020) – Um conto sobrenatural com influências de ópera rock.
2. Star One
Um projeto mais pesado e direto, focado no metal progressivo e com letras inspiradas em filmes de ficção científica.
Space Metal (2002) – Uma homenagem à ficção científica clássica.
Victims of the Modern Age (2010) – Mais sombrio, abordando distopias modernas.
Revel in Time (2022) – Explorando o conceito de viagens no tempo.
3. Stream of Passion
Criado inicialmente como um projeto colaborativo com Marcela Bovio, combinando metal sinfônico e elementos latinos.
Embrace the Storm (2005) – O único álbum com Arjen como compositor principal.
4. Guilt Machine
Um projeto introspectivo e melancólico, com foco em temas psicológicos e emocionais.
On This Perfect Day (2009) – Um álbum único e atmosférico.
5. Ambeon
Mistura música eletrônica e acústica com atmosfera etérea.
Fate of a Dreamer (2001) – Um álbum único com a jovem vocalista Astrid van der Veen.
6. Solo e Outros Projetos
Pools of Sorrow, Waves of Joy (1994) – Seu primeiro álbum solo.
Lost in the New Real (2012) – Um álbum solo com um tom sci-fi e humorístico.
The Gentle Storm (2015) – Parceria com Anneke van Giersbergen, misturando folk e metal sinfônico.
Colaborações e Influência
Lucassen é conhecido por reunir vocalistas e músicos renomados em seus projetos, como Devin Townsend, James LaBrie, Russell Allen, Floor Jansen, e muitos outros. Ele também é um colecionador ávido de equipamentos vintage, como sintetizadores analógicos, que dão uma textura única à sua música.
Legado
Arjen Lucassen é amplamente celebrado por sua capacidade de criar universos musicais complexos e histórias envolventes. Seu trabalho transcende os limites do metal e do rock, unindo fãs de gêneros diversos.
Seus álbuns são obras de arte completas, tanto musical quanto conceitualmente, e continuam a influenciar gerações de músicos e compositores.
A liberdade musical de André Matos em um álbum transformador
Por Michel Sales
Marcando o início de uma nova fase, André Matos lançou em 2007 a pedrada 'Time To Be Free', embarcando numa carreira ímpar, mesclando o power metal melódico característico de sua trajetória com elementos sinfônicos e progressivos.
A empreitada contou com a produção de Sascha Paeth e Miro Rodenberg (Angra, Shaman, Avantasia), além de Roy Z (Halford, Bruce Dickinson, Helloween) trabalhando uma temática lírica introspectiva, que situou a liberdade, a superação e o processo de recomeço.
Dentre as 12 faixas do álbum, alguns destaques são: "Letting Go" - Uma introdução instrumental que prepara o ouvinte para a jornada épica; "Rio" - Um tributo ao Brasil, com uma atmosfera carregada de emoção e melodia; "Endeavour" - Faixa de destaque com forte influência progressiva; "Time to Be Free" - A faixa-título reflete o espírito libertador do álbum.
Na época de seu lançamento, muitos fãs interpretaram as canções de Time To Be Free como um reflexo da experiência de André ao deixar o Shaman, além de uma reafirmação de sua identidade artística.
Como banda de apoio, André Incluiu músicos renomados como Hugo Mariutti (G), Luis Mariutti (B) e Fabio Ribeiro (K), ex-companheiros de André no Shaman.
O álbum foi amplamente aclamado por críticos e fãs, sendo considerado um dos melhores trabalhos solo de André Matos. Ele demonstrou mais uma vez sua habilidade como compositor e sua capacidade de reinventar-se.
Combinando narrativas épicas com música, muitas vezes contando histórias complexas em forma de óperas modernas, as bandas e projetos que fazem Rock ou Metal Opera se destacam mundialmente no cenário musical, abrangendo as vertentes mais distintas. Vide alguns exemplos:
1. Avantasia - criado por Tobias Sammet (Edguy), a banda toca um Power/Symphonic Metal combinando vozes de artistas renomados como Michael Kiske (Helloween), Floor Jansen (Nightwish) e Jorn Lande (ex-Masterplan). Obras famosas incluem The Metal Opera Pt. I & II e The Scarecrow.
2. Ayreon - criado por Arjen Lucassen, o projeto refere um Progressive Metal/Rock Opera, onde cada álbum conta uma história de ficção científica ou fantasia, como The Human Equation e Into the Electric Castle, com participações de artistas como James LaBrie (Dream-Theater) e Bruce Dickinson (Iron Maiden).
3. Therion - criado por Christofer Johnsson, a banda apresenta um Symphonic Metal misturando ópera com mitologia e ocultismo. Álbuns como Theli e Lemuria são considerados óperas no gênero metal.
4. Trans-Siberian Orchestra - criado por Paul O'Neill, o projeto situa um Symphonic Rock, Progressive Rock. E dentre os álbuns de destaque está Beethoven's Last Night, que reimagina obras clássicas em histórias modernas.
5. Savatage - criado por Jon Oliva e Criss Oliva, a banda toca um Prog Metal de primeira, destacando, principalmente, o Streets: A Rock Opera, um clássico que pavimentou o caminho para o Trans-Siberian Orchestra.
6. Magnum - tocando um Prog Rock Melodic, a banda destaca o álbum On a Storyteller's Night, que ficou conhecido por suas narrativas líricas e teatrais.
7. Star One - criado por Arjen Lucassen (Ayreon), o projeto refere um Space Metal inspirado por filmes de ficção científica como Dune e 2001: A Space Odyssey.
8. Kamelot - apresentando um Symphonic Power Metal, a banda destaca os álbuns Epica e The Black Halo com enredos baseados em Fausto, de Goethe. Simplesmente foda!
9. Aina - criado por Sascha Paeth e presentando um Symphonic Metal, este projeto é uma obra-prima que reúniu grandes nomes do metal como Glenn Hughes e André Matos.
10. Clive Nolan (Caamora) - referindo o Prog Rock, o músico destaca obras como She e Alchemy, baseadas em romances clássicos e temáticas históricas.
BRASIL
No Brasil, embora o gênero Rock/Metal Opera não seja tão popular quanto em outros países, existem artistas e projetos que exploram essas vertentes com criatividade e autenticidade, valendo destacar:
1. Soulspell Metal Opera - criado por Heleno Vale, o projeto desprende um Symphonic Power Metal com histórias épicas narradas por diferentes vocalistas. Álbuns como A Legacy of Honor e The Second Big Bang reúnem grandes nomes nacionais e internacionais, como Edu Falaschi (ex-Angra) e Tim "Ripper" Owens (ex-Judas Priest), além do finado André Matos (Shaman).
2. Wizards - apresentando um Power Metal com elementos de ópera, a banda apresentou em 2002 o álbum The Kingdom, uma obra conceitual que flerta com o estilo Metal Opera, narrando uma história com temas de fantasia.
3. Aquaria - também tocando um Symphonic Power Metal, a banda destaca os álbuns Luxaeterna e Shambala trazendo elementos épicos e narrativas que embora não sejam totalmente óperas, exploram enredos fantásticos e conceitos filosóficos.
4. Liar Symphony - tocando um Prog Metal conciso, o álbum Spirit Machine apresenta uma abordagem conceitual, com temas futuristas e narrativas introspectivas.
5. Project46 (Flertando com o estilo), mastigando um Groove/Metalcore, esta banda, apesar de não ser uma Metal Opera em essência, se destaca por álbuns conceituais como Tr3s e Que Seja Feita a Nossa Vontade, que trazem narrativa e profundidade teatral.
6. André Matos (Angra, Shaman), referindo um Symphonic/Power Metal peculiar, André Matos teve um papel importante em projetos que exploram temas épicos e operísticos. Álbuns como Holy Land (Angra) e Mentalize (carreira solo) mostram seu talento para misturar teatralidade e música.
7. Edu Falaschi (Ex-Angra, Almah), também numa pegada Power Metal com influências sinfônicas, Edu destaca trabalhos como Vera Cruz (2021) inspirado em histórias conceituais, apresentando uma abordagem quase operística.
8. Tuatha de Danann (Flertando com o estilo) - num ritmo Folk Metal, a banda utiliza narrativas mitológicas e folclóricas em seus álbuns, embora de forma mais lúdica e menos teatral.
Embora o gênero Metal Opera no Brasil ainda seja nichado, projetos como o Soulspell mostram o potencial do país para criar histórias grandiosas combinadas com música. Esses artistas ajudam a construir uma cena rica e diversificada, misturando influências internacionais com características únicas do Brasil.
ITÁLIA
A Itália também é um dos países com maior tradição em ópera e teatro, e isso reflete na cena de Rock e Metal Opera, onde artistas italianos combinam a herança cultural do país com o peso do metal e a teatralidade do rock. Repara só alguns dos principais nomes e projetos:
1. Rhapsody (of Fire) - criado por Luca Turilli e Alex Staropoli, a banda toca um Symphonic Power Metal com pioneirismo do gênero, desenvolvendo sagas épicas como The Emerald Sword Saga e The Dark Secret Saga. Seus álbuns combinam elementos sinfônicos, narrativas fantásticas e personagens heroicos, muitas vezes narrados por vozes icônicas como a de Christopher Lee.
2. Luca Turilli's Rhapsody - Após deixar o Rhapsody of Fire, Lucas desenvolveu o Cinematic Metal, explorando histórias épicas com uma abordagem mais cinematográfica, misturando metal com trilhas sonoras orquestrais em álbuns como Ascending to Infinity e Prometheus, Symphonia Ignis Divinus.
3. Vision Divine - criado por Fabio Lione (ex-Rhapsody of Fire) e Olaf Thörsen, a banda esbanja um Prog/Power Metal, destacando álbuns como Stream of Consciousness trazendo histórias conceituais e épicas, explorando temas filosóficos e existenciais.
4. Opera IX - tocando um Symphonic Black Metal, misturando teatralidade com temas ocultistas e pagãos, a banda cria atmosferas sombrias e narrativas épicas em álbuns como The Black Opera: Symphoniae Mysteriorum in Laudem Tenebrarum.
5. Elvenking - referindo um Folk/Power Metal, a banda explora contos de fadas, mitologia e temas épicos em seus álbuns, como The Pagan Manifesto, que traz uma abordagem próxima ao estilo Metal Opera.
6. Thy Majestie - recorrendo ao Symphonic Power Metal, a formação destaca álbuns conceituais como Hastings 1066 e Jeanne d’Arc, que contam histórias lendárias com um toque épico.
7. Dark Moor (Inicialmente italiana, depois baseada na Espanha) - o grupo apela para o Symphonic Power Metal, destacando álbuns como The Gates of Oblivion e The Hall of the Olden Dreams que têm uma estética operística e épica, muito influenciada pela tradição italiana.
8. Fleshgod Apocalypse - induzindo um Symphonic/Technical Death Metal, o grupo destaca álbuns como King e Veleno combinando a grandiosidade da ópera clássica italiana com a brutalidade do death metal, criando uma experiência única e teatral.
9. Turilli/Lione Rhapsody - na vertente do Cinematic/Symphonic Metal, este projeto é uma continuação das sagas épicas e da grandiosidade iniciadas no Rhapsody, com um toque ainda mais orquestral.
10. Secret Sphere - numa pegada também Symphonic/Prog Power, a banda destaca trabalhos como A Time Never Come e Portrait of a Dying Heart combinando temas conceituais com uma produção teatral.
A Itália destaca-se por sua conexão histórica com a ópera e a música clássica, o que dá um charme único às bandas de Rock e Metal Opera do país. Elas frequentemente utilizam estruturas musicais complexas, narrativas grandiosas e elementos teatrais que ecoam a tradição operística italiana.
ARGENTINA
Na Argentina, o Rock e o Metal Opera também encontram um espaço singular, ainda que seja uma cena mais restrita. Influenciados por sua rica tradição cultural e por movimentos de música teatral, os artistas argentinos criaram projetos que misturam o peso do metal com a narrativa operística. Vide só:
1. Renacer - tocando um Power Metal com elementos sinfônicos, a banda aborda temas épicos e históricos em seus álbuns, especialmente no disco conceitual Senderos del Alma, que explora jornadas espirituais e emocionais com toques teatrais.
2. Patria Opera Rock, tocando um Rock/Metal Opera, este projeto é um dos mais emblemáticos da Argentina no estilo ópera rock. Patria aborda a história da independência argentina em um formato musical teatral, misturando elementos de rock com letras históricas e narrativas.
3. Helker - já num estilo Heavy/Power Metal, e embora não seja explicitamente uma banda de Metal Opera, o Helker aborda temas conceituais e narrativos em álbuns como A.D.N. e Resistir, com uma abordagem teatral em sua sonoridade e apresentações.
4. Adrián Barilari (Rata Blanca) - fazendo um estilo Hard Rock/Metal, o vocalista da lendária banda Rata Blanca explora sonoridades mais sinfônicas e conceituais em sua carreira solo, combinando o lirismo teatral com elementos clássicos em álbuns como Barilari (2003).
5. Magnos - Já numa pegada Symphonic Power Metal, e inspirados por bandas como Rhapsody, os argentinos do Magnos exploram temas épicos com forte influência de música clássica e teatralidade.
6. Claudio O'Connor (Hermética, Malón) - simplesmente tocando Heavy Metal, O'Connor flerta com narrativas conceituais em discos como Hay un Lugar.
7. Jesus Cristo Rock Opera - já numa pegada Rock Opera, esta é uma adaptação argentina da famosa ópera rock Jesus Christ Superstar, destacando o talento local em criar versões teatrais de clássicos internacionais.
8. Imperio - num estilo totalmente Power Metal, também referindo letras épicas e narrativas fantásticas, a banda é uma das pioneiras no uso de elementos sinfônicos e teatrais no metal argentino, especialmente no álbum Paz en la Tormenta.
9. Tersivel - arrepiando numa pegada Folk/Viking Metal, e mbora sua temática seja mais voltada à mitologia nórdica, a banda argentina cria atmosferas grandiosas e épicas, com uma abordagem que remete à teatralidade de óperas.
10. Cuero - numa pegada Hard Rock com influências teatrais, o Cuero, um dos precursores do rock conceitual na Argentina, mistura letras narrativas com forte teatralidade.
A cena de Rock/Metal Opera na Argentina reflete a paixão do país por histórias e teatralidade, com grande influência de sua tradição de ópera e teatro musical. Muitos projetos também exploram narrativas ligadas à história e à cultura argentina, criando uma identidade única.
No mais, essas bandas/projetos frequentemente unem instrumentação orquestral, corais grandiosos e personagens interpretados por diferentes vocalistas, criando experiências únicas no Rock e Metal Opera.
Contudo, outros discos neste segmento que também valem uma audição dedicada são: Genius: A Rock Opera, por Daniele Liverani, Beto Vasquez - Infinity, Stratosphere Project, Blind Guardian (Nightfall In Middle Earth e Legacy Of The Dark Lands), Dark Avenger (Tales Of Avalon e The Beloved Bones), Nightwish (Imaginaerum), Nikolo Kotzev's (Nostradamus), William Shakespeare (Hamlet), Opera Diabolicus, Rage & Língua Mortis Orchestra, Gary Hughes (Once And Future King), Meat Loaf (Bat Out Of Hell), The Who (Tommy e Quadrophenia), Rick Wakeman (The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table), Timo Tolkki's Avalon, Tribuzy (Execution).
Em um mundo repleto de pessoas criativas e talentosas, também existem aquelas que, por "talento", se dedicam a desmerecer aqueles que realmente fazem a diferença, destacando-se por suas habilidades e personalidades marcantes.
Entre os verdadeiramente talentosos, raça, cor da pele, gênero, biotipo, estereótipos ou idade não diminuem o valor do dom, seja ele tocar, esculpir, desenhar, construir ou escrever.
Infelizmente, é comum encontrarmos pessoas sem talento, que, em vez de contribuírem, dedicam-se a criticar e desmerecer quem é talentoso, mesmo no esporte, na política, no empreendedorismo, ou em outras áreas.
Na música, por exemplo, muitos fãs discriminam grandes artistas, julgando-os por suas aparências ou estereótipos, em vez de valorizar seu talento.
Para os seguidores de Deus, a Bíblia Sagrada exemplifica uma visão positiva sobre os dons, ensinando que os talentos são presentes divinos, incentivando-nos a desenvolvê-los, usá-los para a glória do Senhor, servindo ao próximo e sermos responsáveis por eles.
Contudo, esta semana - especificamente no Heavy Metal - um caso desanimador de preconceito ocorreu com o multiinstrumentista Flávio Brandão (Stratosphere Project). Em suas redes sociais um 'Zé-Ruela' diminuiu o talento do músico por sua aparência, como se o cara não pudesse figurar extraordinariamente como um guitarrista típico da música extrema.
"Seu biotipo não é adequado para o Metal', disse o 'Zé-Ruela'. Mas logo Brandão rebateu com inteligência. "O metal é de todo mundo e para todo mundo, independente de credo, cor, religião". A resposta do músico foi amplamente celebrada pela comunidade, reafirmando os valores de inclusão e diversidade no Heavy Metal, onde os exemplos de grandes talentos são vertiginosos, bastando conhecer o mínimo do estilo para se deparar com estes verdadeiros 'Ets'.
Ou seja, apesar dos avanços da humanidade em educação e tecnologia, o preconceito ainda persiste, comprometendo o alinhamento do desenvolvimento ao longo do tempo e espaço.
Guardião das Sete Chaves instiga fãs sobre conceito do novo álbum
Por Michel Sales
Em 2025, os alemães do Helloween celebrarão 40 anos de carreira com uma turnê especial que incluirá novas composições, também o reforço de clássicos do passado. Além disso, a banda promete surpreender os fãs com faixas de sua discografia nunca antes tocadas ao vivo.
Para marcar esse momento, o icônico mascote 'Keeper', que acompanha o Helloween desde o álbum Walls of Jericho, tem ganhado destaque nas divulgações, levantando especulações entre os fãs.
Muitos interpretam essa presença como uma possível pista para o novo álbum, previsto para 2025. Antes disso, a banda já confirmou a programação de shows durante o verão europeu e anunciou que estará na América do Sul em 2026.
Sobre a nova turnê, o baixista Marcus Grosskopf explicou. “Trouxemos algumas grandes surpresas para os fãs. Além das novas músicas a serem tocadas ao vivo pela primeira vez, também tocaremos faixas da história da banda que você não ouve ao vivo há muito tempo ou nunca antes. Os shows serão uma experiência fantástica para todos nós!”.
O vocalista Andi Deris reforçou. “Estamos nos divertindo muito trabalhando criativamente no estúdio e o álbum promete se tornar um destaque absoluto – mas nada se compara a um show ao vivo do Helloween: a energia do nosso público é simplesmente indescritível e mal podemos esperar para finalmente ir a todo vapor com nossos fãs novamente. A próxima turnê será maior, melhor e mais impressionante do que nunca!”.
Michel Sales lança “Ovnis em Roraima –
Contato Interplanetário”
O novo livreto infantil explora temas de
preservação ambiental e destaca a identidade cultural e o potencial turístico
de Roraima
O jornalista e escritor Michel Sales apresenta seu mais
recente trabalho, o livreto infantil Ovnis em Roraima – Contato
Interplanetário, uma aventura cômica que mergulha a imaginação das crianças em
um encontro intergaláctico ambientado no coração do cerrado roraimense. No
enredo, seres de outros planetas vêm à Terra e acabam se deparando com Roraima,
onde descobrem paisagens exuberantes e um povo acolhedor.
Para além da aventura, “O livro destaca valores
como cooperação global e preservação ambiental, reforçando a capacidade humana
de transcender diferenças para enfrentar desafios desconhecidos”, explicou
Michel.
O autor aproveita o pano de fundo amazônico para abordar
questões urgentes, como a preservação das florestas e o desenvolvimento
sustentável, temas que fazem parte da realidade de Roraima, uma região de
grande importância no cenário ambiental e econômico da região Norte.
“Ao mesmo tempo, Ovnis em Roraima é uma homenagem
às riquezas culturais e aos encantos turísticos do estado, oferecendo às
crianças uma introdução divertida à diversidade da região e ao papel que ela
desempenha no desenvolvimento econômico brasileiro”, reforçou Michel.
Na cultura popular, extraterrestres são retratados como
seres enigmáticos que despertam curiosidade e fascínio. Embora não haja
comprovações científicas de vida alienígena como descrita em filmes e livros, a
exploração de planetas fora do sistema solar em zonas habitáveis renova as
esperanças de descobrir sinais de vida, seja ela microbiana ou inteligente.
Essas buscas científicas, no entanto, se concentram principalmente em formas de
vida simples ou em potenciais sinais de comunicação tecnológica.
Para Michel Sales, Ovnis em Roraima é um convite para
que jovens leitores explorem esses mistérios do universo enquanto se conectam
com temas reais e, ao mesmo tempo, viajem pela identidade cultural do estado. O
livreto oferece uma experiência rica e educativa que promete marcar presença
no imaginário das crianças.
A 'Tour Haulers', coleção de carretas da Hot Wheels homenageando bandas lendárias como AC/DC, Kiss, Ozzy, Joan Jett e The Who, lançada em 2012, fez parte de uma linha exclusiva criada para os fãs de música extrema e de veículos colecionáveis.
Com edições limitadas, essa série focou em icônicas bandas de rock que marcaram a história da música. Os caminhões foram personalizados com detalhes e arte remetendo a cada banda: desde o logotipo até imagens dos álbuns ou dos membros.
O caminhão do AC/DC, por exemplo, exibe a energia da banda, com design que celebra o disco High Voltage (1976), álbum que vendeu três milhões de unidades somente nos EUA. Para o Kiss, a Hot Wheels apostou em uma estética que remete ao estilo característico da banda, estampando a capa icônica do álbum Destroyer (1976), além de seus logotipos marcantes e o visual dos membros com as maquiagens inconfundíveis.
Na linha inspirada em Joan Jett, o veículo capturou a essência rebelde e roqueira da artista. O design trouxe tons escuros e a frase "Bad Reputation" (1980), um dos maiores sucessos de Jett. Já a carreta do The Who homenageia a banda britânica com elementos que inclui a bandeira do Reino Unido.
Esses modelos são muito valorizados entre colecionadores tanto pela qualidade dos detalhes quanto pela conexão emocional com as bandas. Cada item foi feito para destacar a essência dos grupos retratada, tornando-se um excelente acréscimo para colecionadores de Hot Wheels e fãs de rock’n’roll.
HOT WHEELS
A Hot Wheels é uma marca icônica de carrinhos em miniatura, criada pela Mattel em 1968. Ela surgiu em uma época em que o mercado de brinquedos estava mudando, e as crianças desejavam mais do que simples miniaturas estáticas; queriam veículos com design arrojado, cores vibrantes e uma dose de aventura. Os primeiros modelos da linha Hot Wheels foram projetados por Harry Bentley Bradley e rapidamente se destacaram pelas rodas de baixo atrito, que permitiam um desempenho muito melhor nas pistas.
Esses carrinhos, inicialmente inspirados em carros esportivos e muscle cars americanos, logo se diversificaram. Hoje, a Hot Wheels cria modelos baseados em carros reais de fabricantes renomadas como Ferrari, Ford, Lamborghini e também cria veículos fictícios e criativos que apelam para o público jovem. Ao longo dos anos, a marca expandiu-se para incluir pistas, acessórios, videogames e até séries animadas, sempre mantendo um estilo arrojado e inovador.
A Hot Wheels também é popular entre colecionadores adultos. Lançamentos especiais, edições limitadas e colaborações com marcas e franquias conhecidas - como Star Wars, Marvel, e até bandas de rock como AC/DC - tornaram-se itens altamente valorizados. A coleção “Redline” (primeira linha de Hot Wheels, caracterizada pelo detalhe de uma linha vermelha nas rodas) é um exemplo de itens vintage extremamente desejados.
Parte de seu apelo duradouro vem da combinação de nostalgia, design inovador e uma visão que sempre buscou estar à frente do mercado de brinquedos.