quinta-feira, 27 de março de 2025

LEGADO ESTRIDENTE

Mercado fonográfico vive novo boom com o renascimento do Rock e faturamento bilionário

Por Michel Sales

 

O mercado fonográfico global está em plena ascensão — e, junto com ele, o Rock Clássico e o Heavy Metal voltaram a brilhar. Nos últimos anos, diversas bandas icônicas têm seus álbuns relançados em versões remasterizadas, com encartes especiais, faixas bônus, pôsteres e material inédito. Um verdadeiro presente para os fãs.

Essa movimentação tem reacendido o desejo de colecionar, permitindo que antigos discos — fora de catálogo há décadas — retornem às mãos do público. A empolgação, no entanto, vem acompanhada de preços elevados: muitos lançamentos ultrapassam os R$ 60, refletindo a valorização do produto físico em tempos digitais.

E por falar em físico, os vinis estão em alta como nunca. O apelo vintage conquistou de vez os colecionadores, que não medem esforços (nem economias) para adquirir os cobiçados “bolachões de petróleo”. É nostalgia com status de luxo.

No Brasil, outro combustível para esse renascimento tem sido a volta dos shows. Bandas consagradas — muitas em supostas turnês de despedida — têm lotado casas e arenas pelo país, tocando com energia contagiante e cativando tanto os fãs de longa data quanto os novos adeptos da cena.

Paralelamente, as plataformas de streaming reúnem discografias completas e facilitam o acesso à obra de artistas lendários. No YouTube, canais dedicados ao Rock N’ Roll e ao Metal destrincham álbuns, exploram contextos históricos e apresentam críticas aprofundadas com grande qualidade. As redes sociais, por sua vez, encurtaram distâncias entre fãs e ídolos, permitindo interações diretas, sugestões de setlists e uma conexão mais viva com a música.

No fim das contas, o rock voltou com tudo — como forma de expressão, cultura e resistência. Mesmo com o encerramento de algumas trajetórias, não é raro ver grandes nomes retornando aos palcos, renovando seu legado e mostrando que, no universo do Rock, o fim nunca é realmente o fim. Porque quem ama música boa e honesta sabe: o rock não morre — ele se reinventa.

NÚMEROS NO BRASIL

2023: As receitas com vendas de discos de vinil cresceram 136% no Brasil, superando pela primeira vez o faturamento de CDs e DVDs. O faturamento total de vendas dos vinis foi de R$ 11 milhões, enquanto os CDs faturaram R$ 5 milhões e os DVDs apenas R$ 400 mil. ​

2024: O mercado fonográfico brasileiro bateu um recorde ao ultrapassar os R$ 3 bilhões em arrecadação. O crescimento foi impulsionado pelo avanço do streaming, que corresponde a mais de 99% do total de vendas. No entanto, o mercado físico também registrou alta, atingindo R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%, alcançando o maior patamar desde 2017. Nesse segmento, o vinil consolidou sua posição como o formato físico mais comercializado no país, com um faturamento de R$ 16 milhões e crescimento de 45,6%. ​

NÚMEROS NO MUNDO

2022: Nos Estados Unidos, as vendas de discos de vinil superaram as de CDs pela primeira vez desde 1987. Foram vendidos cerca de 41 milhões de discos no país, com a receita de vinis crescendo 17%, alcançando US$ 1,2 bilhão, representando o 16º ano consecutivo de crescimento e sendo responsável por 71% das receitas de formatos físicos. ​

2023: As vendas de mídias físicas representaram 18% das receitas do setor fonográfico global. Houve um notável aumento nas vendas de CDs, especialmente na Ásia, impulsionado pelas vendas de grupos de K-pop. ​

2024: As receitas da indústria musical cresceram 10%, atingindo US$ 45,5 bilhões, superando o pico pré-pandemia do cinema. Esse aumento foi impulsionado pela popularidade das plataformas de streaming e pelo renascimento dos discos de vinil. As vendas físicas de música, como CDs e vinis, cresceram mais rapidamente do que as receitas de streaming, com as vendas de vinil nos EUA projetadas para gerar US$ 1 bilhão anualmente para as gravadoras até o final de 2024. ​

Esses dados indicam uma tendência de crescimento significativo nas vendas de discos de vinil, tanto no Brasil quanto no exterior, refletindo um renovado interesse por formatos físicos, especialmente entre colecionadores e entusiastas de gêneros como Rock e Heavy Metal.

Detalhe: as plataformas de venda de discos de Rock geralmente incluem sites especializados, lojas físicas dedicadas ao gênero e também sebos, que oferecem tanto edições usadas quanto exemplares novos.

REFERÊNCIAS

- Rolling Stone Brasil; Wikimetal; Noize; Rolling Stone Brasil; Financial Times e mct.mus.br

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