Mercado fonográfico vive novo boom com o renascimento do Rock e faturamento bilionário
Por Michel Sales
O mercado fonográfico global está em plena ascensão — e, junto com ele, o Rock Clássico e o Heavy Metal voltaram a brilhar. Nos últimos anos, diversas bandas icônicas têm seus álbuns relançados em versões remasterizadas, com encartes especiais, faixas bônus, pôsteres e material inédito. Um verdadeiro presente para os fãs.
Essa movimentação tem reacendido o desejo de colecionar, permitindo que antigos discos — fora de catálogo há décadas — retornem às mãos do público. A empolgação, no entanto, vem acompanhada de preços elevados: muitos lançamentos ultrapassam os R$ 60, refletindo a valorização do produto físico em tempos digitais.
E por falar em físico, os vinis estão em alta como nunca. O apelo vintage conquistou de vez os colecionadores, que não medem esforços (nem economias) para adquirir os cobiçados “bolachões de petróleo”. É nostalgia com status de luxo.
No Brasil, outro combustível para esse renascimento tem sido a volta dos shows. Bandas consagradas — muitas em supostas turnês de despedida — têm lotado casas e arenas pelo país, tocando com energia contagiante e cativando tanto os fãs de longa data quanto os novos adeptos da cena.
Paralelamente, as plataformas de streaming reúnem discografias completas e facilitam o acesso à obra de artistas lendários. No YouTube, canais dedicados ao Rock N’ Roll e ao Metal destrincham álbuns, exploram contextos históricos e apresentam críticas aprofundadas com grande qualidade. As redes sociais, por sua vez, encurtaram distâncias entre fãs e ídolos, permitindo interações diretas, sugestões de setlists e uma conexão mais viva com a música.
No fim das contas, o rock voltou com tudo — como forma
de expressão, cultura e resistência. Mesmo com o encerramento de algumas
trajetórias, não é raro ver grandes nomes retornando aos palcos, renovando seu
legado e mostrando que, no universo do Rock, o fim nunca é realmente o fim.
Porque quem ama música boa e honesta sabe: o rock não morre — ele se reinventa.
NÚMEROS NO BRASIL
2023: As receitas com vendas de discos de vinil cresceram 136% no Brasil, superando pela primeira vez o faturamento de CDs e DVDs. O faturamento total de vendas dos vinis foi de R$ 11 milhões, enquanto os CDs faturaram R$ 5 milhões e os DVDs apenas R$ 400 mil.
2024: O mercado fonográfico brasileiro bateu um recorde ao ultrapassar os R$ 3 bilhões em arrecadação. O crescimento foi impulsionado pelo avanço do streaming, que corresponde a mais de 99% do total de vendas. No entanto, o mercado físico também registrou alta, atingindo R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%, alcançando o maior patamar desde 2017. Nesse segmento, o vinil consolidou sua posição como o formato físico mais comercializado no país, com um faturamento de R$ 16 milhões e crescimento de 45,6%.
NÚMEROS NO MUNDO
2022: Nos Estados Unidos, as vendas de discos de vinil superaram as de CDs pela primeira vez desde 1987. Foram vendidos cerca de 41 milhões de discos no país, com a receita de vinis crescendo 17%, alcançando US$ 1,2 bilhão, representando o 16º ano consecutivo de crescimento e sendo responsável por 71% das receitas de formatos físicos.
2023: As vendas de mídias físicas representaram 18% das receitas do setor fonográfico global. Houve um notável aumento nas vendas de CDs, especialmente na Ásia, impulsionado pelas vendas de grupos de K-pop.
2024: As receitas da indústria musical cresceram 10%, atingindo US$ 45,5 bilhões, superando o pico pré-pandemia do cinema. Esse aumento foi impulsionado pela popularidade das plataformas de streaming e pelo renascimento dos discos de vinil. As vendas físicas de música, como CDs e vinis, cresceram mais rapidamente do que as receitas de streaming, com as vendas de vinil nos EUA projetadas para gerar US$ 1 bilhão anualmente para as gravadoras até o final de 2024.
Esses dados indicam uma tendência de crescimento significativo nas vendas de discos de vinil, tanto no Brasil quanto no exterior, refletindo um renovado interesse por formatos físicos, especialmente entre colecionadores e entusiastas de gêneros como Rock e Heavy Metal.
Detalhe: as plataformas de venda de discos de Rock geralmente incluem sites especializados, lojas físicas dedicadas ao gênero e também sebos, que oferecem tanto edições usadas quanto exemplares novos.
REFERÊNCIAS
- Rolling Stone Brasil; Wikimetal; Noize; Rolling Stone Brasil; Financial Times e mct.mus.br
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