O progresso das cabeças vazias
Por Michel Sales
A cada década, a humanidade avança no campo da educação, com o conhecimento atacando com força inevitável, espalhando-se no tempo, impulsionado, sobretudo, por pessoas que emergem com ideias inovadoras, com críticas transformadoras diante da tecnologia que molda o mundo contemporâneo.
Apesar disso, um atraso medonho também segue resistente como um vírus crônico entre as nações, com a corrupção corroendo as bases do desenvolvimento igualitário, acentuando o abismo entre ricos e pobres, saqueando os recursos periféricos, transferindo as riquezas, como de costume, para as potências centrais.
Hoje, infelizmente, também vemos uma juventude alarmantemente distanciada da cultura: lê-se pouco ou nada, ignora-se quadrinhos independentes, despreza-se o cinema autoral, a culinária local, a boa música... A sensação é de um planeta descompassado com o próprio tempo, patinando entre avanços tecnológicos e retrocessos humanos.
No fim, enquanto alguns miram as estrelas, outros
preferem o conforto do atraso. E é assim que seguimos: divididos entre o desejo
de progresso e as ações que garantem nossa estagnação.

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