quarta-feira, 13 de outubro de 2021

CINEMA

Os agitadores dos Tempos Modernos

Por Michel Sales

O povo parece um rebanho de ovelhas caminhando para a labuta diante da modernidade em 1936, quando a vida recebe um impulso da revolução industrial. Este período caracteriza diversas situações sociais, dentre elas observamos o assédio psicológico dos chefes, além de outros desequilíbrios que evidenciam perturbação e caos pelos suplicantes.

Assim, inicia o filme #TemposModernos, de Charlie Chaplin, remontando em seu enredo diversas crises que afrontam negativamente a sociedade, como a falta de qualificação para os serviços, o desemprego, a miséria, a criminalidade, a violência, a insegurança, a mentira, a perseguição, a subversão das drogas, a favelização, a precariedade na saúde, o desespero e a morte.

Mas o longa-metragem também espelha pontos positivos, como a religiosidade, a esperança de dias melhores, o sonho de uma moradia, a singularidade familiar, o filé e o leite fresco na mesa, a diversão, o respeito e a honestidade, a coragem, a solidariedade, a fraternidade e o amor.

Desde sempre, a humanidade persiste num caminho dificultoso, buscando romper preconceitos e burocracias. Tempos Modernos não é diferente da nossa realidade, quando refletimos sobre um período de reivindicações por mudanças justas, no que atuam os sindicatos trabalhistas tentando reformular leis e constituir garantias que organizem o desenvolvimento da população.

A robotização também é um detalhe primaz em 1936, no que o filme apresenta o auxilio das máquinas a serviço e substituição dos reflexos, referindo a comodidade como aspecto da evolução do tempo. Com isso, percebemos ainda a vigília das gerencias sobre os operários pelo amparo de projeções que assustam até quem vai ao banheiro. Ou seja, Tempos Modernos caracteriza uma comunicação virtual sendo aferida no subconsciente do trabalhador onde quer que ele esteja. E logo o braçal finda na perturbação, aflição, angustia, estresse, invalidez e demissão.

No mais, o longa-metragem de Chaplin nos ensina a enxergar (do que somente ver), referindo um caminho para evoluirmos com educação, no que possamos aprender a fazer e demonstrar o nosso melhor em cada coisa, seja dançando, cantando, ministrando aula, comercializando, etc., mas labutando com virtude diante da movimentação continua do corpo social.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

BLOOD KISSES

A obra-prima sombria que imortalizou o Type O Negative Por Michel Sales Misturando elementos de doom metal, gótico e rock alternativo com um...