Mudanças que deram certo como plano B
Por Michel Sales
No
multiverso musical, vira e mexe muitas formações clássicas sofrem abalos
sísmicos inevitáveis e que desestruturam bastante os alicerces dos grupos.
Contudo, tais distúrbios não são necessariamente ruins, pois a história já
demonstrou diversas vezes que há males que vem para o bem.
Dessa forma, pensando no Rock N’ Roll, a situação que logo intriga os fãs são as mudanças de vocalistas, quando as vozes sempre calham primeiramente como sonoridade emblemática no estilo.
Assim,
perfazendo uma nova característica, muitas bandas dão seguimento a seus
projetos, mas com o passar do tempo algumas delas acabam definhando sem mais
enxergar os dias de glória com aquele vocalista singular que perpetuou um
legado irreparável, capaz de dissolver qualquer outro talento que possa ocupar
novamente o 1º lugar no pódio.
No mais,
este é um assunto para outro momento, pois nessa oportunidade vamos destacar
somente alguns dos camaradas mais icônicos que tomaram frente em grandes bandas
de Rock, irradiando luz incandescente sobre os vocalistas anteriores,
revigorando a autoestima das bandas.
DEEP PURPLE
Formada em
Londres, em 1968, o Deep Purple passou por diversas mudanças de formação, sendo
caracterizadas como fases I, II, III e IV. A mais bem-sucedida comercialmente
foi justamente a segunda formação, já contando com Ian Gillan nos vocais,
substituindo Rod Evans.
VAN HALEN
O primeiro
vocalista da banda foi o irreverente David Lee Roth, que para muitos fãs seria
um artista insubstituível não fosse a inevitável entrada do não menos singular
Sammy Hagar, que em 1986 estreou no Van Halen com o poderoso 5150, sétimo álbum
de estúdio da banda. Daí em diante, Sami Hagar marcou presença máxima com sua
vocalização, além do estrelismo com a guitarra base.
AC/DC
Nos anos
1980, após cinco meses da morte do carismático e cômico Bon Scott, o AC/DC logo
consagrou nos vocais o energético Brian Johnson, lançando com ele o impetuoso
Back In Black, considerado até hoje o segundo disco mais vendido do planeta,
ficando atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson. Com o britânico Brian
Johnson (Ex-Geordie), o AC/DC conquistou o topo do Rock mundial, simplesmente
isso.
BLACK SABBATH
Para muitos
fãs, Ozzy Osbourne não é somente o ícone máximo do Heavy Metal, mas uma figura,
sobretudo, irretocável no Black Sabbath, seja por sua veemência sinistra e
intensa nos palcos, ou mesmo por sua voz estridente, o príncipe das trevas só
não foi chamado de deus, porque o próprio Dio veio na sequência glorificar as
melodias do Sábado Negro. Com Ronnie James nos vocais, a banda assegurou ainda
mais sua imponência no estilo.
PINK FLOYD
Outra
preciosidade concebida em Londres no ano de 1965 foi o Pink Floyd atuando sob a
liderança do psicodélico Syd Barrett nos vocais, quando em 1967 a banda lançou
o fabuloso The Piper At The Gates Of Dawn. Porém, Syd logo deixaria o grupo
devido à deterioração de sua saúde mental. Mas como multi-instrumentista, Syd
também foi inovador na história da música, principalmente, alicerçando o estilo
do Pink Floyd no Rock Progressivo.
E já
contando com a genialidade de David Gilmour e Roger Waters encabeçando as
ideias do grupo com ainda mais afinco, os discos seguintes resultaram em mais
evolução. Contudo, estes detalhes memoráveis vocês já estão carecas de saber.
GENESIS
Também em
1967 na Inglaterra, o Genesis trabalhava estruturas musicais complexas sob as
vocalizações e articulações teatrais de Peter Gabriel. Já em 1975, após a
divulgação de The Lamb Lies Down In Broadway, sexto álbum do Genesis, Peter
resolve largar o microfone, cedendo o posto para o baterista Phil Collins, que
logo reconfigurou o rock progressivo da banda numa sonoridade mais pop.
HELLOWEEN
Surgida em Hamburgo, no Norte da Alemanha, em 1984, o Helloween iniciou sua carreira meteórica com o colossal EP Helloween, seguido do debut Walls Of Jericho, discos singulares no Power Metal, gênero concebido pelo vocalista e guitarrista Kai Hansen.
Porém, buscando remar sobre mares menos revoltos, o Helloween
ultrapassou a estratosfera terrestre com a entrada do inigualável Michael
Kiske, uma espécie de Elvis Presley renascido numa versão Heavy Metal. Com
Kiske no Helloween, a banda lançou nada mais, nada menos que os memoráveis
Keepers Of The Seven Keys.
IRON MAIDEN
Na
Inglaterra, Londres protagonizou o nascimento de centenas de bandas importantes
para a cena Rock mundial. E dentre elas, surgiu o Iron Maiden já nos anos 1980
quebrando a porra toda, literalmente, quando o punk velho e autodestrutivo Paul
Dianno desencadeou um verdadeiro terror nas apresentações do grupo em bares e
casas de shows espalhados pela Europa.
Com o
sucesso estrondoso da Donzela de Ferro, o grupo almejava evoluir cada vez mais.
Então, após a demissão de Dianno, o Iron Maiden, vulgo Steve Harris, encontrou
em Bruce Dickinson o frontman perfeito para deslanchar sua musicalidade além
das fronteiras do infinito.
FATES WARNING
A era John
Arch (1982-1987) como vocalista da banda estadunidense de Metal Progressivo
Fates Warning foi um período de constante insegurança musical. Contudo, o grupo
seguiu com seus projetos, também buscando maneiras evolutivas, fato que ocorreu
a partir da entrada de Ray Alder vocalizando No Exit e os demais clássicos da banda.
Já em 2003,
o Fates Warning realizou uma turnê histórica ao lado de outros dois ícones do
estilo: Dream-Theater e Queensryche.
DREAM THEATER
Também
formada nos Estados Unidos, o Dream-Theater surgiu no final dos anos 80
lançando When Dream And Day Unite com Charlie Dominici nos vocais. O disco foi
bem aceito pelo público e chegou a lotar vários shows, mas não agradou
suficientemente a banda que logo encontrou em James LaBrie a figura perfeita
para celebrar os discos cada vez mais infindáveis do Teatro dos Sonhos.
FAITH NO MORE
Em São
Francisco, Estados Unidos, o Metal Alternativo eletrizado pelo Faith No More no
final dos anos 1980 também sofreu mudanças significativas nas vocalizações,
quando rumores contaram que Chuck Mosley foi mandado embora da banda por ser
alcoólatra e limitado com seus vocais.
Todavia,
com a entrada de Mike Patton, o Faith No More protagonizou uma carreira
meteórica dentre as bandas mais importantes do Rock nos anos 90, lançando
discos fundamentais para o estilo, além de apresentar uma sonoridade mais
modernizada.
Quer
entender melhor essa história, repare com atenção os álbuns The Real Thing
(1989), Angel Dust (1992), King For A Day... Fool For A Lifetime (1995) e Álbum
Of The Year (1997).
PANTERA
Formado no
Texas, em 1981, o Pantera foi encabeçado pelos irmãos Vinnie Paul (D) e Diamond
Darrell (G). Inicialmente, o estilo da banda era centrado no Glam Rock e tinha
como primeiro vocalista Terry Glaze, que lançou três discos: Metal Magic
(1983), Projects In The Jungle (1984) e I Am The Night (1985).
Após a
demissão de Glaze, o Pantera também reformulou sua sonoridade, alçando voos no
Thrash Metal sob as vocalizações de Phil Anselmo. Com o malucão atuando como
frontman, o Pantera perdurou no ápice do estilo com muito sangue nos olhos, até
sua desfragmentação conturbada por drogas e violência.
EXODUS
Se existe
uma banda de Thrash Metal tão perfeita quanto o Exodus, eu desconheço. Pois um
grupo que tem em sua formação o vocalista e bruxo Steve ‘Zetro’ Souza, além do colossal Gary Holt nas guitarras, é para glorificar de pé, Igreja.
Todavia, o
início do Exodus remonta 1979, sendo Paul Baloff o primeiro vocalista, lançando
a pedrada Bonded By Blood já em 1985. Mas como nem tudo são flores no Rock N’
Roll, em 1986, durante a pré-produção do segundo disco, Baloff foi demitido do
Exodus devido aos abusos de álcool e drogas que o levavam a falhar com os
compromissos da banda. Enfim, Zetro entrou no Exodus e de cara gravou Pleasures
Of The Flesh...
Nenhum comentário:
Postar um comentário