domingo, 26 de setembro de 2021

HELLOWEEN

Rei e regente dividindo o mesmo trono em novo estampido

Por Michel Sales

Na cena Metal, o Helloween figura fácil entre as grandes bandas possuidoras de um legado avassalador. No currículo dos alemães consta uma sequencia de excelentes discos, além de oscilações casuais. Todavia, a leva de fãs das abóboras do Metal perdura no tempo com os antigos adoradores e se dilata entre novos entusiastas - a cada lançamento - fazendo com que o Helloween conquiste o universo.

Diante do tão aguardado e autointitulado novo álbum, a banda apresenta um disco singular em suas origens, soando veloz e harmônico entre Deris, Kiske e Hansen nos vocais, possuidor de boas letras e refrãos grudentos, orgânico nos acordes com Weikath, Gerstner, Grosskopf, além da cozinha básica de Loble.

Deveras, o mais impressionante de observar neste trampo sagaz do Helloween é a desenvoltura da távola redonda de abóboras, fator bastante animador para a plateia mais saudosista, principalmente. Mas vamos ao disco em si que já inicia nos padrões Weikath de composição com ‘Out For The Glory’, uma música que obviamente exigiria o arregaço estridente de Kiske após uma introdução pungente assegurando um Power Metal medonho até o final da bolacha.

Na sequencia, Deris toma frente em ‘Fear Of The Fallen’, uma música absurdamente ‘classicuda’ e obrigatória nos shows do Helloween. Deris é um compositor de mão cheia e tem sido muito ousado nos vocais - gritando em várias faixas do disco - literalmente voando feito o Homem de Ferro.

Então, surge ‘Best Time’, faixa curta e cadenciada composta por Gerstner e Deris, destacando Kiske e os backing vocals de Hansen. Até que Deris irrompe novamente com a excelente ‘Mass Pollution’ num viés mais Hard, trazendo agressividade, variação e recheio de chocolate para o biscoitão, canção que deve interacionar ao vivo apresentando grandes solos.

Já em ‘Angels’, outra cantilena de Gerstner, o Helloween demonstra mais fruição épica dentre as nuances belíssimas de teclados e harmonizações inspiradas de Kiske dominando a faixa com total liberdade.

Com ‘Rise Without Chains’, Deris eleva a sonoridade do disco com um Power Metal uníssono no estilo áureo da banda, sendo outra pedrada precisa durante os shows. E já na tira sete, temos ‘Indestructible’, de Grosskopf, com melodias e refrão mais grudento que supercola, além de uma letra espetacularmente positiva, sendo outra canção também possível de ser tocada ao vivo frente a empolgação dos fãs.

Eis que na sequencia figura ‘Robot King’, de Weikath, uma música mais ficcional, não menos característica, mas soando também modernosa, sobretudo, desprendendo velocidade e progressão.

A faixa nove traz ‘Cyanide’, de Deris, equilibrando mais uma vez o álbum num nível Hard Metal, deixando o vocalista totalmente confortável em sua labuta. E como sempre, uma belíssima composição do nosso Iron Man. Agora, com ‘Down In The Dumps’, de Weikath, o Helloween retoma seu aspecto mais clássico e até surpreende com brutalidade quando a música encontra o refrão. No mais, essa é outra faixa épica e introspectiva no modo Weikath.

Então, findando o petardo mostra-se a ficcional ‘Orbit’ introduzindo a fantástica ‘Skyfall’, de Hansen, uma ‘paulada’ de 12 minutos que prima todo o legado do Helloween, sem mais.

Contudo, vale ressaltar que a banda ainda soltou no mercado uma compilação dupla trazendo Golden Times, Save My Hide, We Are Real, além do single Pumpkins United, músicas fantásticas e que valem a aquisição.

Outro destaque é refletir diante das pinceladas vibrantes de Eliran Kantor (Testament, Krisiun, Gaerea, Soulfly...), remetendo a simbologia do Heloween de tempos ‘apocalípticos’. No mais, o grupo continua evoluindo e perpetuará no mais alto padrão realizando o que consideram certo e apropriado frente ao tempo.

Nota: 9

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SCORPIONS

A humanidade em contagem regressiva Por Michel Sales   Depois de flertar com formatos mais brandos nos anos 90, o Scorpions ressurge e...