segunda-feira, 18 de outubro de 2021

LEGADO

Os patinhos feios da coleção

Por Michel Sales 

Não é tarefa das mais fáceis destacar o melhor disco de cada grupo, mas imaginemos quais bandas de Heavy Metal e Classic Rock contrariaram a estimativa dos fãs com lançamentos duvidosos? Essa é uma pergunta severa de responder, já que o mérito ou demérito cabe somente ao ouvinte, mas é notório observarmos dentre as infindáveis listas de críticos do assunto - ou mesmo da bocarra dos fãs - que determinada banda e certo disco acabou descaracterizando a sequência sagrada de petardos de outros tempos.

Como exemplo, eu poderia citar o St. Anger (Metallica) dentre o pior álbum da discoteca dos caras, justificar minhas linhas como todo mundo já fez na época e o fazem até hoje, etc., mas o interessante desta discussão é causar no leitor uma grande duvida, de maneira que busque escutar o disco e tirar suas conclusões, do que somente alguém desdenhar no computador os lançamentos supostamente equivocados, referindo juízo como se fosse uma reza para ser decorada e replicada no universo musical.

Pensar dessa forma é a maneira mais sensata para um bom apreciador de música, no que ele certifique sua exclamação na certeza se realmente o St. Anger é mesmo o patinho feio do Metallica - ou se o Forbbiden ou Born Again também são monstruosos na discografia do Black Sabbath - ou ainda o Virtual XI do Iron Maiden, etc.

Ou seja, se referente assunto vira e mexe a opinião do público, esse tema também deve importar para o músico que lucra com o lançamento de seu disco, pois seguramente ele não vai querer seu trabalho refutado no espaço e no breu além das galáxias. Dessa forma, a banda que lançou uma grande cagada no mercado frente á opinião da maioria, não mais vai querer entupir o vaso da rejeição, mesmo que ainda seja rentável a expressão “fale bem ou fale mal, mas falem de mim”.

Neste multiverso musical em que pisamos cada disco tem sua história e representa reflexões diversas para o ouvinte. Bandas como o Pink Floyd, Led Zeppelin, Van Halen, Megadeth e Kreator lançaram os ‘escrachados’ The Final Cut, In Through The Out Door, Diver Down, Risk e Endorama, respectivamente. Estes discos marcaram época e se tornaram icônicos nas discografias e no boca a boca.

Porém, raramente a gente presencia uma lista de ‘patinhos feios’ - cujos discos não se parecem em nada com os outros, ou melhor, só nos contornos e mesmo assim de longe. Então, numa lista inusitada destas o faz tudo, Régis Tadeu, ‘escaralhou’ o álbum Tyr, décimo quinto clássico de estúdio do Black Sabbath. O petardo foi lançado em 1990 remetendo a mitologia nórdica. Na formação constavam Tony Martin (V), Cozy Powell (D), Neil Murray (B) e Geoff Nicholls (K). Tyr é um disco que soa sombrio, voraz, melódico e épico na dose certa sob a ‘riferama’ memorável de Tony Iommi (G), um álbum que por muitos fãs é medonho na discografia do Black Sabbath e que eu jamais havia notado uma vírgula errada em qualquer frase sobre esse clássico.

Por essas e outras, acabei fritando os miolos sobre o quanto a opinião de um crítico serve para afastar o ouvinte de determinado disco - que para ele poderia ser um surpreendente trabalho. Sem mais delongas, se você ainda não ouviu os álbuns citados acima, curta, reflita e tire suas conclusões. Tyr seria um álbum que ilustraria sua lista dentre os piores discos de todos os tempos?




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