Os patinhos feios da coleção
Por Michel Sales
Não é tarefa das mais
fáceis destacar o melhor disco de cada grupo, mas imaginemos quais bandas
de Heavy Metal e Classic Rock contrariaram a estimativa dos fãs com lançamentos
duvidosos? Essa é uma pergunta severa de responder, já que o mérito ou
demérito cabe somente ao ouvinte, mas é notório observarmos dentre as
infindáveis listas de críticos do assunto - ou mesmo da bocarra dos fãs - que
determinada banda e certo disco acabou descaracterizando a sequência sagrada de
petardos de outros tempos.
Como exemplo, eu poderia
citar o St. Anger (Metallica) dentre o pior álbum da discoteca dos caras,
justificar minhas linhas como todo mundo já fez na época e o fazem até hoje,
etc., mas o interessante desta discussão é causar no leitor uma grande duvida,
de maneira que busque escutar o disco e tirar suas conclusões, do que
somente alguém desdenhar no computador os lançamentos supostamente equivocados,
referindo juízo como se fosse uma reza para ser decorada e replicada no
universo musical.
Pensar dessa forma é a
maneira mais sensata para um bom apreciador de música, no que ele certifique
sua exclamação na certeza se realmente o St. Anger é mesmo o patinho feio do
Metallica - ou se o Forbbiden ou Born Again também são monstruosos na
discografia do Black Sabbath - ou ainda o Virtual XI do Iron Maiden, etc.
Ou seja, se referente
assunto vira e mexe a opinião do público, esse tema também deve importar para o
músico que lucra com o lançamento de seu disco, pois seguramente ele não vai
querer seu trabalho refutado no espaço e no breu além das galáxias. Dessa
forma, a banda que lançou uma grande cagada no mercado frente á opinião da
maioria, não mais vai querer entupir o vaso da rejeição, mesmo que ainda seja
rentável a expressão “fale bem ou fale mal, mas falem de mim”.
Neste multiverso musical
em que pisamos cada disco tem sua história e representa reflexões diversas para
o ouvinte. Bandas como o Pink Floyd, Led Zeppelin, Van Halen, Megadeth e
Kreator lançaram os ‘escrachados’ The Final Cut, In Through The Out Door, Diver
Down, Risk e Endorama, respectivamente. Estes discos marcaram época e se
tornaram icônicos nas discografias e no boca a boca.
Porém, raramente a gente
presencia uma lista de ‘patinhos feios’ - cujos discos não se parecem em nada
com os outros, ou melhor, só nos contornos e mesmo assim de longe. Então, numa
lista inusitada destas o faz tudo, Régis Tadeu, ‘escaralhou’ o álbum Tyr,
décimo quinto clássico de estúdio do Black Sabbath. O petardo foi lançado em
1990 remetendo a mitologia nórdica. Na formação constavam Tony Martin (V), Cozy
Powell (D), Neil Murray (B) e Geoff Nicholls (K). Tyr é um disco que soa
sombrio, voraz, melódico e épico na dose certa sob a ‘riferama’ memorável de
Tony Iommi (G), um álbum que por muitos fãs é medonho na
discografia do Black Sabbath e que eu jamais havia notado uma vírgula errada em
qualquer frase sobre esse clássico.
Por essas e outras, acabei fritando os miolos sobre o quanto a opinião de um crítico serve para afastar o ouvinte de determinado disco - que para ele poderia ser um surpreendente trabalho. Sem mais delongas, se você ainda não ouviu os álbuns citados acima, curta, reflita e tire suas conclusões. Tyr seria um álbum que ilustraria sua lista dentre os piores discos de todos os tempos?
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