terça-feira, 3 de janeiro de 2023

QUEENSRYCHE

Reconstruindo o presente com tijolos do passado

 Por Michel Sales


Desde sua formação em Seattle (1981), o Queensryche exibiu pioneirismo e autenticidade com seu Prog Metal orquestrado por Michael Wilton (G), Eddie Jackson (B), Scott Rockenfield (D), Chris DeGarmo (G) e Geoff Tate (V). A partir do EP Queensrÿche (1983), o efeito meteórico da banda no cenário mundial faiscou um legado promissor, destacando discos impactantes como The Warning (1984), Rage for Order (1986), Operation: Mindcrime (1988) e Empire (1990), num período em que os caras manifestaram uma genialidade descomunal.

Mas como acontece com tantas bandas lendárias, nem tudo são flores, quando as mudanças de direcionamento musical são enfadonhas demais para os fãs mais estimados. E assim ocorreu também com o Queensryche, que nos anos 90 flertou bastante com improvisos modernos buscando atrair novos adeptos, mas sua fórmula somente repeliu o grupo americano do status quo metálico vigente.

Então, sobrevivendo duas longevas décadas com discos fracos e medianos, a banda, literalmente, se perdeu na florestinha, até ressurgir energizada do matagal com o façanhudo Queensrÿche (2013) na voz abissal de Todd LaTorre, onde os caras decidiram retomar as origens do grupo. E a contar desse momento, a sequência de bolachas ainda apresentaria o deslumbrante Condition Human (2015), o estupendo The Verdict (2019) e o fascinante Digital Noise Alliance (2022), registro atual com as baquetas de Casey Grillo (D) e a rifferama de Mike Stone (G) compondo a formação contemporânea do Queensryche.

Ou seja, o Queensryche retomou deveras seu passado avassalador figurando, praticamente, um lançamento melhor que o outro, numa vontade surpreendente de abraçar seus antigos fãs, além dos milhares de novos adeptos conquistados sisudamente pela sólida e impactante organização do grupo.

Mas especificamente descrevendo Digital Noise Alliance, respire fundo para novamente emergir em um passado/presente muito bem estruturado pelo Queensryche, onde a banda singularizou sua característica Prog consistente em 11 faixas interessantes de rasgar a seda com entusiasmo. Porém, como já disse antes – nem tudo são flores – e a pisada na bola ficou somente por conta de “Forest”, numa tentativa sem sucesso de replicar baladas de outrora. No mais, Digital Noise Alliance também deve agradar gregos e troianos. Confere o petardo!

Nota: 9,0



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