CINEMA

A relação entre The Flash, Goonies e o Rapto do Menino Dourado

Por Michel Sales

Sabe aqueles filmes da Sessão da Tarde que nos anos 90 motivaram milhares de estudantes gazeando aulas de matemática, gramática, inglês, literatura, química e educação física, deixando todos vidrados nas telinhas de tubo? Bons tempos aqueles, não é mesmo? De quando reprises memoráveis rolavam na programação da Rede Globo despejando filmes de ação, comédia, romance e dramas diversos.

Olha só essa lista: Curtindo a Vida Adoidado, Os Goonies, De Volta Para o Futuro, Os Aventureiros do Bairro Proibido, Um Tira da Pesada, Os Fantasmas Se Divertem, O Rapto do Menino Dourado, Um Príncipe em Nova York, Indiana Jones, Rambo, Falcão, Karatê Kid, Herbie, Batman, Grease, Flashdance, Footloose, Esqueceram de Mim, Elvira, Top Gun, Superman, O Máscara, Mestres do Universo, La Bamba, A Lenda, Mudança de Hábito, Ghost, Velocidade Máxima, Caçadores de Emoção, Duro de Matar e outros.

Mas hoje, os conflitos entre heróis e vilões dos quadrinhos são os enredos que mais predominam, levando muita gente aos cinemas para curtir - alucinadamente - a pancadaria desprendida sob efeitos visuais e sonoros cada vez mais arrojados ao entretenimento.

E já estreando nas telonas do Brasil no último dia 15 de junho, The Flash surtiu parecendo mais um clássico digno de Sessão da Tarde dos anos 90. Por que não? Porque, sim! Com um enredo criativo aprumado de ação, comédia e lutas demasiadamente articuladas, o filmão tem rendido a atenção de um público também sedento por pipoca e guaraná.

Contudo e sem spoilers, confira com seus próprios olhos de raio X o que The Flash está aprontando, e então encontre uma conclusão partindo do ponto de ignição dos tempos áureos dos anos 90, em que você - seu espertinho - matava um semestre inteiro de aulas pelos filmões da Sessão da Tarde, e logo depois tentava agir feito o ídolo, parecendo um mocinho ou bandido de punhos cerrados, com a fralda transpassada no pescoço como se fosse uma capa esvoaçante, ou mesmo flertando os passos alucinantes de Patrick Swayze, outrora gesticulando os golpes aterrorizantes de Daniel Larusso, e tudo isso junto a molecada da rua - igualmente gazeteira - conectada na pilhação da nostalgia.