quarta-feira, 5 de junho de 2024

A ARTE DA NOMENCLATURA

Como as bandas de rock e metal extremo escolhem seus nomes impactantes e memoráveis

Por Michel Sales

 

A nomenclatura criativa das bandas de rock e metal extremo é um aspecto fascinante e distintivo dessas subculturas musicais. A escolha dos nomes dessas bandas muitas vezes reflete suas influências, estética, temas líricos e a imagem que desejam projetar para seu público.

Bandas de rock frequentemente usam jogos de palavras ou trocadilhos em seus nomes. Um exemplo é The Rolling Stones, que faz um trocadilho com a expressão "a rolling stone gathers no moss" (uma pedra que rola não cria musgo).

Já outras bandas escolhem nomes que fazem referência a obras literárias, mitologia, ou figuras culturais. O Led Zeppelin, por exemplo, refere a um dirigível de chumbo, e o termo The Doors foi inspirado no livro "The Doors of Perception", de Aldous Huxley.

Algumas bandas também optam por nomes curtos e impactantes, como Queen ou Kiss, que são fáceis de lembrar e têm forte presença. E nomes de bandas de rock às vezes incluem referências a lugares específicos, como Boston ou Chicago, indicando sua origem ou inspiração geográfica.

Já no metal extremo, temas sombrios e macabros são frequentemente escolhidos, como Slayer, Cannibal Corpse ou Death, nomes que até mesmo ajudam a estabelecer a atmosfera agressiva desse gênero.

Tomando o Sepultura como mais um exemplo, o significado do termo logo sugere uma série de similaridades, sendo um nome que também inspirou outras bandas ao redor do mundo, dentre elas o Túmulo de Ferro, Pre Calvary Death, Cova Rasa, Sarcófago, Grave, Gravestone, Crypta, Enterro, Tumba, Six Feet Under, Cova, Lápide, Mausoleum, entre outras. 

Da mitologia e religião, muitas bandas de metal extremo também usam referências em seus nomes com um toque subversivo ou blasfemo. Exemplos incluem Behemoth (um monstro bíblico) e Amon Amarth (um nome em Sindarin, uma das línguas criadas por J.R.R. Tolkien, que significa "Montanha da Perdição").

Alguns nomes de bandas de metal extremo evocam ainda a força e a brutalidade da natureza, como Gojira (a romanização de "Godzilla" em japonês). A terminologia técnica ou científica para criar nomes que soam complexos e intimidantes também funciona, como Necrophagist (alguém que se alimenta de cadáveres) ou Obituary (obituário).

E há ainda as construções linguísticas que resultam em algo distintamente novo e original. Exemplos incluem Meshuggah (uma palavra em iídiche que significa "louco") e Dimmu Borgir (um nome em norueguês antigo que significa "Castelo Negro").

Também existem exemplos notáveis, como Black Sabbath, um nome que evoca uma cerimônia sombria e ritualística, perfeito para a banda pioneira do heavy metal; Iron Maiden, uma referência a um dispositivo de tortura medieval, reforçando a imagem sombria e intensa da banda; Napalm Death, um nome que combina o agente químico napalm, conhecido por seu uso devastador em guerras, com a palavra "morte", sugerindo uma intensidade brutal.

No mais, a escolha de nomes impactantes e memoráveis é crucial para a identidade das bandas de rock e metal extremo. Esses nomes não só atraem a atenção do público, mas também estabelecem uma expectativa sobre o tipo de música e a mensagem que a banda transmite. Além disso, a nomenclatura criativa ajuda a diferenciar as bandas em um cenário musical saturado, criando uma marca única e reconhecível.

Assim, a nomenclatura das bandas de rock e metal extremo formam uma arte em si, refletindo a criatividade, a rebeldia e a intensidade desses gêneros musicais. Desde referências culturais e literárias até temas sombrios e macabros, os nomes das bandas desempenham um papel fundamental na construção de suas identidades e na conexão com seu público.

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